NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação 2 ed. Belo horizonte: Autêntica, 2006, PP.21-31
Palavras-Chave: Objetivismo – Subjetivismo - Habitus
O presente capítulo aborda através de uma linha teórica, a busca de uma superação entre subjetivismo e objetivismo. Segundo os autores, Bourdieu propõe uma maneira inovadora que se distancie da perspectiva subjetivista e objetivista, sugerindo uma teoria como alternativa centrada no conceito de habitus, em seu argumento supõe outras formas de conhecer a realidade social: fenomenológica, subjetivista e praxiológica. De certa forma, os conhecimentos citados segundo a visão de Bourdieu estão limitados e implicaria certos riscos. A fenomenologia não atingiria todas as bases sociais, sobretudo contribui para uma concepção ilusória do mundo social. No entanto, o objetivismo não dá ênfase às regras da forma como são produzidas e reproduzidas, contudo, falta suporte para uma compreensão na relação estrutura e prática. Uma vez que, o conhecimento praxiólogico surge como uma alternativa capaz de solucionar os problemas do subjetivismo e objetivismo, pois, busca a interiorização do sujeito, o conceito de habitus seria a ponte de mediação entre tais dimensões, funcionando como intermediário entre as condições objetivas e as ações individuais.
NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação 2 ed. Belo horizonte: Autêntica, 2006, PP.33-56
Palavras-Chave: Violência simbólica – Capital cultural – Hierarquias.
Através de uma pesquisa bibliográfica os autores neste capítulo discutem como Bourdieu analisa a realidade social. Tem como objetivo relatar como o sistema simbólico sobrepõe-se na sociedade, tal como este funciona nas estruturas de modo que, as produções simbólicas seriam capazes de organizarem a percepção dos indivíduos e de propiciar a comunicação das estruturas, de forma que, os mesmos presentes nos sistemas simbólicos orientam as ações dos agentes reproduzindo as diferenciações nas hierarquias presentes na sociedade. Apresenta como a violência simbólica este presente na sociedade e como estão ligados aos padrões culturais que, são utilizados para classificar os indivíduos segundo o tipo de bem cultural que produzem, apreciam e consomem, tanto que o sistema escolar cobraria dos estudantes esses capitais onde, apenas aqueles socializados na cultura dominante poderiam apresentar como também a influência do capital social e simbólico no conjunto das relações sociais. Por conseguinte, de acordo com percepção dos autores, a visão de Bourdieu considera que as hierarquias reproduzem a estrutura de dominação da sociedade. No âmbito escolar as classes dominadas seriam constrangidas pela necessidade de sobrevivência, pela escassez de recursos e dificuldades no planejamento de se preparar para o futuro, tais diferenças nas condições de existência se refletem na linguagem, nos valores e nas práticas culturais de cada uma das classes. Uma vez que, os indivíduos não perceberiam a imposição de um determinado arbitrário cultural como a única cultura legítima apropria-se da cultura dominante não por se apegarem, mas, pelo fato de terem sido criados no interior delas. Inclusive á certa imposição de uma cultura existente citados pelos autores que utiliza critérios para classificar a cultura da sociedade, pois, determinam o grau do indivíduo no âmbito social segundo sua herança cultural. Assim sendo, as perspectivas de Bourdieu segundo os autores, o espaço social seria algo bem dinâmico, o indivíduo necessita constantemente buscar-se manter-se ou elevar4 sua posição nas hierarquias sociais inclusive, enriquecer seu capital cultural uma vez que, o mesmo ocuparia posições diferenciadas na estrutura social em função do volume e da natureza dos seus recursos, esse conceito se refere ao modo como o indivíduo é percebido pelos demais.
NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação 2 ed. Belo horizonte: Autêntica, 2006, PP. 57-82.
Palavras-Chave: Capital cultural - Classe dominante - Escola
O presente capítulo tem como objetivo, segundo os autores na concepção de Bourdieu, demonstrar que cada indivíduo é caracterizado em termos de uma bagagem socialmente herdada incluindo, certos componentes que podem ser postos a serviço do sucesso escolar, incluindo o capital econômico em termos de bens, depositando acesso ao capital social, ora a família sendo responsável por esse capital. Constata-se que jovens com origem sociais mais elevadas em seus certificados do que os pertencentes a meios sociais desfavorecidos, utilizando uma linha teórica nessa abordagem. Conseqüentemente a posse de capital favorecia o êxito escolar de fato, proporcionaria melhor desempenho nos processos formais e informais de avaliação, porem, segundo os autores na visão de Bourdieu consideram que o sistema educacional exige que os alunos tenham uma cultura dominante a serem seguidas favorecendo as classes dominantes. De fato, os alunos das classes populares não apresentariam facilidade na aquisição da cultura escolar, nem a tendência a adquiri-la. Contudo a cultura obtida e transmitida pala instituição escolar não seria objetivamente superior a nenhuma outra, não fundamentada em nenhuma em verdade objetiva e inquestionável, tendo em vista que a ação pedagógica que é exercida, só pode ser garantida na medida em que o arbitrário escolar é ocultado, pelo fato que a escola exerce e propaga as desigualdades.
NOGUEIRA, Maria Alice. Bourdieu e a Educação 2 ed. Belo horizonte: Autêntica, 2006, PP. 83-101.
Palavras-Chaves: Cultura - Desigualdade sociais - Arbitrário cultural
Os autores utilizando uma pesquisa bibliográfica objetivam expor como a escola reproduz e dá legitima a dominação exercida pelas classes dominantes, seguindo a concepção de Bourdieu, de modo que nenhuma cultura pode ser objetivamente definida como superior a outra, acrescenta-se que os valores orientem cada grupo social em suas atitudes e comportamento por definição arbitrária, em vista disso a escola passa a poder na perspectiva de Bourdieu exercer funções de reprodução e legitimação das desigualdades sociais. De fato, apesar de arbitrária a cultura escolar seria socialmente reconhecida como a cultura legítima, sustentada pela classe dominante e imposta aos demais, contudo, a escola privilegiaria quem por sua bagagem familiar é privilegiada. Para os alunos das classes a cultura escolar seria sua cultura “natal”, porém, para os demais que não se incluem nestas classes seria como uma cultura “estrangeira”, algo estranho, segundo os autores, Bourdieu argumenta que os professores transmitiriam sua mensagem igualmente a todos os alunos como se todos tivessem a mesma facilidade de decodificação, no entanto, esses instrumentos seriam possuídos apenas por aqueles que têm a cultura escolar como cultura familiar além de, estabelecer as diferenças nos resultados escolares dos alunos vistas como diferenças de capacidades. Em vista disso, a relação de intimidade com a cultura e com a linguagem atinge seu grau máximo quando produzidas pela ação pedagógica familiar, uma vez que, a escola valoriza o modo de relação com o saber e com a cultura que apenas os filhos das classes dominantes poderiam ostentar, onde se denominou a “desvalorização escolar do escolar”. Com efeito, Bourdieu contribuiu para a compreensão sociológica da escola, onde ressaltam que essa instituição não é nutra, as chances é desigual além de alguns estarem em condições mais favoráveis, formulando a tese que a avaliação escolar representa uma hierarquia de conhecimentos dividindo as classes, tendo em vista de uma idéia de uma pedagogia racional como solução para a lógica da acumulação do privilégio cultural por meio da escola.